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Posts Tagged ‘carcinogênese’

A saúde mostra o caminho: menor peso para uma vida longa e saudável

  

 

Os resultados de uma pesquisa com adultos mostraram que muitos sabem que suas chances de desenvolver doença coronariana e diabetes crescem quando estão acima do peso, mas apenas 25 por cento daqueles pesquisados sabiam que o risco de ter câncer também aumenta. Muitos são os trabalhos mostrando os tipos de câncer ligados à obesidade, entre eles os de: útero, esôfago, intestino, rim, leucemia, mama, mieloma múltiplo (médula óssea), pâncreas, linfoma não-hodgkin e ovário. O excesso de gordura corporal parece ser o vilão. As células de gordura são ativas na produção hormonal e fatores de crescimento, características que contribuem para acelerar a divisão e a reprodução celular. E, quanto mais células se duplicam, maiores as chances de alguma replicação ser inadequada, originando uma célula maligna. A partir daí, estes hormônios adicionais levam a uma rápida reprodução das células cancerígenas.

 

As mulheres são o maior alvo. Cerca de 60% dos casos de câncer por causa da obesidade atingem mama ou útero e a ligação entre o peso e o risco de câncer também depende do estágio de vida da mulher. O risco de câncer de mama, pela obesidade, aumenta apenas depois da menopausa, implicado com a variação de estrogênios – mais abundantes no sangue das obesas.

Já o risco de câncer de intestino é maior antes deste período. Trabalho, publicado na população japonesa, sugere que diagnóstico de adenoma colorretal (tipo de neoplasia de intestino) foi maior nos indivíduos com maiores índices de massa corpórea e, à medida que houve a redução do peso, também houve a diminuição da prevalência da doença.

  

Uma pesquisa sueca descobriu que a obesidade influencia os riscos oferecidos pelo câncer de próstata. Homens obesos têm menos chance de desenvolver a doença, mas, se são vitimados por ela, a chance de morte aumenta. Possivelmente, isto é explicado pelo baixo nível de testosterona (esteróide sexual masculino) que esta diminuída em homens obesos, mas eles podem, em contrapartida, estarem mais expostos a uma forma mais agressiva do tumor, que depende menos de testosterona.

A preocupação com o peso adequado vai muito além de valores estéticos. O investimento em um estilo de vida mais saudável hoje é garantir benefícios para uma vida mais longa no futuro.

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Rosiglitazona é usada em estudos para melhorar a captação do iodo radioativo em tumores pouco diferenciados da glândula

 

O carcinoma diferenciado da tiróide refere-se aos tipos papilífero ou folicular e, quando precocemente dianosticado, é curável na maioria dos casos. São tumores que, após a cirurgia para a retirada da tireóide, ao fazer o tratamento complementar com iodo radioativo, podem ser monitorados.

Um seguimento é considerado favorável em dois tipos de situação: 1) a dosagem no sangue de tireoglobulina (proteína exclusiva produzida na tiróide) é muito baixa ou praticamente indetectável (pois a glândula já não existe mais), e 2) a pesquisa de corpo inteiro (PCI), que é um exame de mapeamento de todo o corpo para avaliar restos da tireóide ou mesmo metástases corporais, for negativa.

Porém uma pequena parcela destes cânceres evoluiu para formas menos diferenciadas, ou seja, com uma capacidade menor e inadequada da captação (e conseqüente ação e aproveitamento) do iodo radioativo. Muito provavelmente, os indivíduos portadores destes tipos tumorais apresentarão uma evolução mais agressiva e, mesmo sem conseguir detectar as imagens na PCI, podem ter níveis de tireoglobulina presente, mostrando que as células cancerosas ainda estão agindo no organismo.

Existem pesquisas buscando grupos de drogas que facilitem a “rediferenciação” desses cânceres, e as glitazonas são uma classe promissora. São drogas, já usadas para o tratamento de diabetes tipo 2, que agem em um receptor hormonal nuclear – PPAR gama – envolvido com inúmeros processos celulares – desde a sensibilização à insulina, a diferenciação de células adiposas, inflamações e até carcinogênese. Comprovado por estudos, o PPAR gama está mais evidente nos tecidos com tumor de tireóide que nas áreas de tecidos sadios, sugerindo que essa expressão esteja ligada às ações de crescimento tumoral.

Um trabalho publicado na revista Thyroid, por médicos tailandeses (Tepmongkol et al), avaliou o efeito do uso oral da rosiglitazona (dose de 8 mg ao dia, por 6 semanas) em 23 pacientes portadores de câncer diferenciado da tireóide com baixa captação de iodo radioativo na PCI e altos níveis de tireoglobulina no sangue. Foi realizada uma dose de iodo radioativo para tratar as possíveis metástases desses pacientes, além de quantificada (como forte, fraca ou ausente) a expressão do PPAR gama. Concluíram, em um  mapeamento de controle, que o tratamento com rosiglitazona aumentou a captação de iodo radioativo somente naqueles pacientes que apresentavam forte expressão do PPAR gama, diminuindo também a dosagem de tireoglobulina após o seu uso.

Ainda não é claro se o aumento da captação, após a rosiglitazona, está positivamente ligado ao sucesso terapêutico. Para isso, outros trabalhos devem ser realizados, com um número maior de pacientes e comparados a um grupo de controle. Também serão necessárias investigações futuras, testando o tempo de exposição necessário e a padronização da dose ótima a ser administrada de rosiglitazona.

Certo é que fica a nova idéia. A possibilidade de uma droga, antes usada somente para diabetes, ter outra ação: ajudar no tratamento de carcinomas pobremente diferenciados de tireóide.

 

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